Por Dra.
Emanuela Alves
Hipertensão,
usualmente chamada de pressão alta, é ter a pressão arterial, sistematicamente,
igual ou maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas
principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem.
O coração e os vasos
podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se
fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre
quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a pressão sobe.
Estudos mostram que alterações auditivas podem ser secundárias à HAS e que
poucas enfermidades são responsáveis por tão frequentes complicações como as
que resultam da hipertensão arterial: acidente vascular cerebral, insuficiência
cardíaca, renal e vascular periférica.
A hipertensão é tida
como uma doença silenciosa, não apresentando nenhum sintoma. Porém, algumas
pessoas apresentam dores de cabeça, tontura, zumbido, dor no peito e fraqueza,
que podem ser sinais de alerta. O problema da hipertensão no Brasil é estimado
mediante taxas estabelecidas em trabalhos internacionais, sendo que, com base
em projeção do senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
existam hoje 90 milhões de brasileiros com idade superior a 20 anos. Tomando-se
como 20% a prevalência da Hipertensão Arterial, conclui-se que no mínimo, 18
milhões de brasileiros sejam hipertensos, dos quais 50% ignoram serem portadores
da doença. Todas as células vivas precisam de fornecimento adequado de oxigênio
e nutrientes para manterem suas funções, e tal fornecimento depende da
integridade funcional e estrutural do coração e dos vasos sanguíneos. Assim
sendo, o comprometimento do aparelho circulatório pode prejudicar o
funcionamento da orelha interna sendo que, dos mecanismos fisiopatológicos
descritos é o aumento da viscosidade sanguínea, que acarreta uma diminuição do
fluxo sanguíneo capilar e o transporte de oxigênio.
A patologia do
aparelho circulatório pode afetar diretamente orelha interna de muitas
maneiras, prejudicando uma série de habilidades do sistema auditivo,
comprometendo o processamento do sinal acústico ou da fala e, consequentemente,
a habilidade do indivíduo para a comunicação, além de levar o paciente à
presença do zumbido. A associação entre o zumbido e a perda auditiva já foi bem
descrita.
Segundo trabalhos,
85 a 96% dos pacientes com zumbido apresentam algum grau de perda auditiva,
além da prevalência do zumbido aumentar com o decorrer da idade. O zumbido é
considerado uma percepção de som sem que haja sua presença no meio ambiente.
Consiste de uma sensação definida como ilusória que pode ser caracterizada como
barulho semelhante ao ruído da chuva, do mar, de água corrente, de sinos,
insetos, apitos, chiado, campainha, pulsação e outros. Esta sensação pode ser
contínua ou intermitente, apresentar diferentes características tonais, ser
intensa ou suave, além de ser percebida nos ouvidos ou na cabeça. A correlação
positiva da perda auditiva com o zumbido pode ser justificada se considerarmos
que a perda auditiva é o fator desencadeante d zumbido, uma vez que danos ou
degenerações da orelha interna e do nervo vestibulococlear podem ser geradores
deste.
Portanto, é bastante razoável assumir que a presença da DA aumenta o risco de o zumbido provocar interferência na concentração e no equilíbrio emocional ou que ela funcione como um co-fator desta interferência, isto é, que a nota de incômodo dada ao zumbido seja contaminada pelo incômodo causado pela perda auditiva associada. Muitas vezes a DA tem sido subestimada especialmente por profissionais não ligado à audiologia. Dessa forma, os encaminhamentos para avaliação audiológica não são realizados, e o seu portador não recebe os benefícios da reabilitação, o que afeta ainda mais sua qualidade de vida. Se você é hipertenso ou diabético e têm alguma queixa relacionada a audição, procure o fonoaudiólogo da sua cidade.
Portanto, é bastante razoável assumir que a presença da DA aumenta o risco de o zumbido provocar interferência na concentração e no equilíbrio emocional ou que ela funcione como um co-fator desta interferência, isto é, que a nota de incômodo dada ao zumbido seja contaminada pelo incômodo causado pela perda auditiva associada. Muitas vezes a DA tem sido subestimada especialmente por profissionais não ligado à audiologia. Dessa forma, os encaminhamentos para avaliação audiológica não são realizados, e o seu portador não recebe os benefícios da reabilitação, o que afeta ainda mais sua qualidade de vida. Se você é hipertenso ou diabético e têm alguma queixa relacionada a audição, procure o fonoaudiólogo da sua cidade.
Por Emanuela Alves; Doutorada em Neurociência pela UFRN-RN; Especialista em Neonatologia pela UNIFOR-CE; Especialista Oncologia Fonoaudiológica pelo A.C.Camargo-SP; Aperfeiçoada em NASF pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde do Idoso pela Fiocruz/Ministério da Saúde; Aperfeiçoada em Saúde Mental (Crack, Álcool e outras drogas) pela Fiocruz/Ministério da Saúde; e membro da Associação Brasileira de Doenças Neurológicas.
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