segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Na Câmara, Rita Diana diverge sobre alteração da meta 3.5 do PME de Angicos relativo ao Termo ‘Gênero’.




Com discursos incisivos e sob manifesto pacífico, a Câmara Municipal de Vereadores foi palco de mais uma sessão legislativa acalorada nesta sexta-feira (20). Alguns educadores e estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido compareceram aos anais da esfera legislativa afim de acompanhar pronunciamento da Professora da UFERSA, Rita Diana.

Após encaminhar Ofício a Câmara Municipal de Angicos, solicitando uso da Tribuna para falar sobre alterações no Plano Municipal de Educação, a Professora teve direito a palavra e expressou sua opinião quanto ao assunto.

Estudantes portavam cartazes com frases em defesa da antiga meta 3.5 ora substituída no Plano Municipal de Educação de Angicos [PME]. Quanto ao motivo da divergência, uma emenda modificativa alterou o parágrafo único da Meta 3 da Estratégia 3.5 do PME.

Em justificativas apresentadas pela absoluta maioria dos Vereadores, a questão de gênero e orientação sexual contidas no texto anterior, foi considerada inadequada ao ambiente escolar.

A antiga estratégia alterada foi alvo de discordâncias e divergências em sessões anteriores e pelo visto perdurou. No antigo PME, continha o seguinte texto: “Implementar políticas de prevenção ao abandono motivada por preconceito ou quaisquer forma de discriminação, tais como; (de gênero, situação financeira, etnias, opção sexual, etc.) criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão”.



Desta feita, o texto contido na Linha 3.5 ficou estabelecido da seguinte forma; “Implementar políticas de prevenção a evasão escolar, buscando minorar o abandono por parte dos alunos independente da modificação, garantindo aos mesmos a permanência na escola e consequentemente aproveitamento do aprendizado”

A Docente também se reportou sobre “ataques” sofridos nas redes sociais, e classificou-os como sendo; desqualificados, levianos e insanos. Indignada, a professora disse que, em seis anos de sua estadia em angicos, com relação à educação, fez mais pelo município que muitos que por aqui nasceram.

A Professora empolgou-se e, no transcorreu do seu pronunciamento, disse ter um filho de 16 anos, que “bota no bolso em pouco tempo, muitos pseudos intelectuais leitores de orelhas de livros e de Facebook”. Ela comentou ainda que não veio a Câmara achando que os Vereadores são analfabetos funcionais.

Ela despontou sobre o índice estatístico referente à taxa de analfabetismo no Brasil, Nordeste e no município de Angicos; “o Brasil apresenta nada mais nada menos que 27% da população Brasileira como sendo analfabeto funcional. Com quase 17 milhões de analfabetos, 17,4% estão concentrados na região nordeste. Isso considerando o indicado do IBGE de 2010.

Rita Diana ressaltou que não veio a Câmara fazer exigência alguma, como foi propalado. A Docente ressaltou que, o PNE tramitou no Congresso Nacional por mais de 3 anos e, após sofrer mais de 3 mil emendas recebeu aprovação e sanção.

Reconhecendo a supressão da palavra “Gênero” do modelo original no Congresso, Rita Diana explicou que inúmeros interesses levaram o Plano a ser “mutilado”. Ela diz que, os Planos de Educação tratam-se de políticas de Estado e não de Governo, e atravessam mandatos.


Inusitado é que, logo após o pronunciamento da professora, a própria educadora e os demais educando se retiraram do Plenário, o que se caracterizou para muitos como sendo um ato no mínimo desrespeitoso.

Ouça na íntegra o discurso da Professora Rita Diana: 

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Estudante do Curso - Bacharelado em Administração, apresentador do Programa Radiofônico "O Legislativo em Ação", parceiro da Rádio Princesa 90FM, Redator da Coluna "Giro pela Cidade", Titular do Blog Angicos Noticias e blogueiro!