Com discursos incisivos e sob
manifesto pacífico, a Câmara Municipal de Vereadores foi palco de mais uma
sessão legislativa acalorada nesta sexta-feira (20). Alguns educadores e
estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido compareceram aos anais da
esfera legislativa afim de acompanhar pronunciamento da Professora da UFERSA,
Rita Diana.
Após encaminhar Ofício a Câmara
Municipal de Angicos, solicitando uso da Tribuna para falar sobre alterações no
Plano Municipal de Educação, a Professora teve direito a palavra e expressou
sua opinião quanto ao assunto.
Estudantes portavam cartazes com frases em defesa da antiga
meta 3.5 ora substituída no Plano Municipal de Educação de Angicos [PME].
Quanto ao motivo da divergência, uma emenda modificativa alterou o parágrafo
único da Meta 3 da Estratégia 3.5 do PME.
Em justificativas apresentadas pela absoluta maioria dos
Vereadores, a questão de gênero e orientação sexual contidas no texto anterior,
foi considerada inadequada ao ambiente escolar.
A antiga estratégia alterada foi alvo de discordâncias e
divergências em sessões anteriores e pelo visto perdurou. No antigo PME,
continha o seguinte texto: “Implementar políticas de prevenção ao abandono
motivada por preconceito ou quaisquer forma de discriminação, tais como; (de
gênero, situação financeira, etnias, opção sexual, etc.) criando rede de
proteção contra formas associadas de exclusão”.
Desta feita, o texto contido na
Linha 3.5 ficou estabelecido da seguinte forma; “Implementar políticas de prevenção
a evasão escolar, buscando minorar o abandono por parte dos alunos independente
da modificação, garantindo aos mesmos a permanência na escola e
consequentemente aproveitamento do aprendizado”
A Docente também se reportou
sobre “ataques” sofridos nas redes sociais, e classificou-os como sendo;
desqualificados, levianos e insanos. Indignada, a professora disse que, em seis
anos de sua estadia em angicos, com relação à educação, fez mais pelo município
que muitos que por aqui nasceram.
A Professora empolgou-se e, no
transcorreu do seu pronunciamento, disse ter um filho de 16 anos, que “bota no
bolso em pouco tempo, muitos pseudos intelectuais leitores de orelhas de livros
e de Facebook”. Ela comentou ainda que não veio a Câmara achando que os
Vereadores são analfabetos funcionais.
Ela despontou sobre o índice
estatístico referente à taxa de analfabetismo no Brasil, Nordeste e no
município de Angicos; “o Brasil apresenta nada mais nada menos que 27% da
população Brasileira como sendo analfabeto funcional. Com quase 17 milhões de
analfabetos, 17,4% estão concentrados na região nordeste. Isso considerando o
indicado do IBGE de 2010.
Rita Diana ressaltou que não veio
a Câmara fazer exigência alguma, como foi propalado. A Docente ressaltou que, o
PNE tramitou no Congresso Nacional por mais de 3 anos e, após sofrer mais de 3
mil emendas recebeu aprovação e sanção.
Reconhecendo a supressão da
palavra “Gênero” do modelo original no Congresso, Rita Diana explicou que
inúmeros interesses levaram o Plano a ser “mutilado”. Ela diz que, os Planos de
Educação tratam-se de políticas de Estado e não de Governo, e atravessam
mandatos.
Inusitado é que, logo após o
pronunciamento da professora, a própria educadora e os demais educando se retiraram
do Plenário, o que se caracterizou para muitos como sendo um ato no mínimo
desrespeitoso.
Ouça na íntegra o discurso da Professora Rita Diana:
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